Divagações de uma noite de sonhos acordados...

domingo, fevereiro 04, 2007

Um silêncio demasiado nosso



Disse. Disse que te amo. Deixei a palavra libertar-se vagamente dos lábios como uma sentença proferida demasiado cedo.
Foi um “amo-te” com sabor de despedida. A despedida que nunca queremos fazer, que queremos sempre adiar. Dei-lhe asas e deixei-a voar. Existem palavras que nos carregam a alma toda nas costas amplas. E nessa palavra depositei todo o sentimento. Era eu. Eu cosida em cada letra. Eu, espelhada em cada nuance. Existem palavras que nos ensinam que por vezes nem o silêncio supera a sua força. Hoje, o silêncio a que me remeto grita de uma forma que me rasga o coração. Mas não o vou calar. Sei que hoje o silêncio tem sabor de ti. Tem sabor de adeus, de "amo-te" em cada pedaço do seu corpo disforme. Só o silêncio, só o seu grito, me pode apagar a dor... Existem silêncios demasiado nossos. Este... é um deles.