Foram-se as palavras de consolo, foram-se as palavras de ânimo, aliás foram-se todas as palavras.
Agora, resto eu aqui, sozinha, sem nada mais do que uma espera e a ansiedade de que tudo acabe bem.
Faltam-me as palavras, faltam-me os suspiros, falta-me até a respiração para te poder confortar.
Sei que não sirvo de grande ajuda, mas ajudaria, nem que por momentos, se soubesse o que dizer... Mas não sei. E para além de não saber o que dizer, não sei que fazer, nem o que pensar....
Então fico para aqui deitada, a olhar para o vazio, porque tu não estás; a pensar no que seria, no que poderia ser, e até no que já foi.
Mas talvez seja melhor assim, porque eu ficaria aqui a olhar para ti, com a angústia de não saber o que te fazer.
Tu estas para lá, longe e só. E eu para aqui sem nada para fazer, com tão pouco para pensar, e até já se foi o que havia para sentir!
Neste momento faltas tu. Aqui faltas apenas tu!
Como sempre tu deste um jeito de te fazer reaparecer, do outro lado estás tu, como sempre a tentar, do que resta de ti, dar-me o melhor…
Oiço a tua voz, nela há tanta carência como em ti e... é tão maior a que vejo no teu reflexo espalhado por aqui; nos pedacinhos de lembrança que me deixas-te vejo o quanto te poderá faltar, por lá, onde andas...
Por entre os silêncios longos, frios e inúteis…o “Porquê?” surge…
O “Porque é que não sou capaz de dar mais?”
O “Porque é que não sou capaz de te dizer mais?”
O “ Porque é que não sou capaz de te fazer sentir mais?”
Só queria mesmo saber o “Porquê?”… Talvez assim arranjasse maneira de poder dar aquilo que precisas e que não dou…
Sem nada para dar fico-me por aqui, e deixo-te mais uma vez por lá, longe e só!
Sem nada para dar, digo apenas e como sempre o quanto gosto de ti…
E depois como sempre, a tua voz desaparece, quase por entre os dedos e eu… fico sem nada…
Nem para dar….
Nem para qualquer outra coisa!
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